Hoje foi um daqueles dias.
Sabe o tal do dia difícil que os adultos falavam e você quando criança não entendia?
Extremamente cansativo.
Um dia em que muita coisa avançou…
Mas tanta coisa se perdeu — na arrogância do outro.
E quer saber? Uma das coisas que mais me irritam é lidar com gente que se esconde atrás da religião e de status pra se sentir superior. Pra fingir ser o que não é.
Cheguei em casa à noite, exausta.
E comecei a reparar nas pequenas coisas…
Coisas que antes eram prioridade pra mim, mas que hoje… se perderam no meio do cansaço físico e mental.
Minhas sobrancelhas por fazer.
Meu cabelo preso num coque porque não tive forças nem pra lavar.
Logo eu, que lavava todos os dias…
Hoje, além de tempo, me falta energia pra cuidar do meu bem mais precioso: eu mesma.
Tentando ser tantas em uma só, e chegando a conclusão de que não estou conseguindo dar conta nem de uma versão minha, imagine de todas e assim, fui tomada pelo choro.
Por um momento de tristeza profunda.
Pelo medo. Pela exaustão. Pela falha dos rins.
Por não estar conseguindo ser uma só, e ainda assim tentar exercer todos os papéis, de esposa, de mãe que trabalha fora, que malha, que cozinha…
E me perguntei:
Cadê a Ana Paula? Cadê a Pita?
A destemida? A forte? A corajosa?
Será que eu não tenho o direito de fraquejar?
De chorar compulsivamente?
Sempre busquei dar o meu melhor.
Ser o meu melhor.
Mesmo quando o meu pior tentava tomar o controle.
E mesmo depois de tudo…
De já ter passado por uma bariátrica…
De ter engordado novamente…
Ainda ouço julgamentos de quem sequer me conhece.
De quem um dia já me pediu perdão, por ser cruel.
De quem fere. Distorce. Diminui.
E isso machuca.
Porque eu estudo. Eu me esforço.
Trato os outros com carinho e zelo, mesmo sendo essa pessoa extrovertida, que gosta de brincar.
Mas, ultimamente, tenho repensado tudo.
As relações. As prioridades. As entregas.
Porque desde o final do ano passado, a vida vem me mostrando algo com muita força:
Que é hora de focar em mim.
Na minha família.
No meu crescimento pessoal.
No meu crescimento profissional.
Eu sou batalhadora.
Eu só preciso me reencontrar.
Reencontrar meu valor.
Reencontrar a força da Mulher-Maravilha no meu laço invisível.
Respirar por 10 minutos.
E recomeçar.
E sim, eu vou recomeçar quantas vezes forem necessárias.
Até o dia que eu não mais puder estar aqui…
Eu vou continuar dando o meu melhor.
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