Quem eu seria se pudesse apagar tudo e me reencontrar?

Essa pergunta me perseguiu por dias, noites, cafés e pensamentos que não me deixavam em paz. Até que um dia, tomei a decisão: apaguei tudo do meu Instagram. Cada foto, cada história, cada fragmento de quem eu fui. No começo, parecia um salto no vazio. Mas logo percebi: não estava apagando minha história, estava abrindo espaço para a minha verdade.

Vivi a semana mais infernal e desesperadora da minha vida. O golpe veio das pessoas que eu menos esperava. E me destruiu de uma forma que nunca imaginei ser possível. Fui levada a sentimentos e sensações que não soube como enfrentar, uma mistura de dor, raiva e desamparo que me paralisou. O golpe veio das pessoas que eu menos esperava, daqueles que eu imaginava conhecer de verdade. E me destruiu de uma forma que nunca imaginei ser possível. Fui levada a sentimentos e sensações que não soube como enfrentar, uma mistura de dor, raiva e desamparo que me paralisou. O golpe veio das pessoas que eu menos esperava, daqueles que eu imaginava conhecer de verdade. E me destruiu de uma forma que nunca imaginei ser possível. Fui levada a sentimentos e sensações que não soube como enfrentar, uma mistura de dor, raiva e desamparo que me paralisou. Nunca chorei tanto, em tantos lugares, e na frente de tantas pessoas, sentindo que meu chão havia desaparecido de repente, deixando apenas o vazio e a necessidade urgente de me recompor.

Por isso apaguei tudo do Instagram — assim como deletei ressentimentos, expectativas quebradas e tudo que não me servia mais. Que algumas relações exigem distância, e que confiar demais em pessoas que não nos veem por inteiro pode nos enfraquecer. Aprendi que, em muitos momentos, ouvir mais e falar menos é um ato de proteção e sabedoria. Nem sempre posso ser eu mesma em todos os lugares, e tudo bem. Reconhecer isso não é derrota; é consciência.

Ao olhar para mim mesma, percebi que não me encontrava mais na narrativa antiga. A mulher que sorria para a câmera, que postava momentos cuidadosamente filtrados, não era eu. Era um reflexo do que os outros esperavam que eu fosse. E foi nesse espelho quebrado que decidi recomeçar — não superficialmente, mas no âmago de quem sou.

A terapia se tornou meu refúgio nesse processo. Alguém que escuta sem julgar, que me ajuda a organizar pensamentos e sentimentos, que me mostra que ouvir mais e falar menos é muitas vezes a única forma de sobreviver intacta. Aprendi a confiar menos, a silenciar quando preciso, a proteger minha energia. Descobri que há força no silêncio, sobretudo nos lugares onde não posso ser totalmente eu mesma.

Redescobri minha potência esquecida. Aquela força silenciosa que sempre esteve dentro de mim, adormecida entre medos, expectativas e cobranças. Reencontrei meu poder como mulher, mãe e profissional. Descobri que posso ser múltipla sem perder minha essência: uma mãe presente, uma mulher que se cuida, uma profissional que cria, aprende e se reinventa todos os dias.

Apagar tudo foi apenas o começo. O verdadeiro recomeço acontece por dentro. Limpar o que não serve, silenciar o que confunde, amplificar a própria voz. É perceber que a nossa história não precisa ser linear, que podemos escrever capítulos novos a qualquer momento, e que a verdade que carregamos dentro de nós é o que realmente importa.

Hoje, aprendi que recomeçar não é voltar atrás. É criar. Criar a versão mais potente de si mesma, aquela que não se dobra a expectativas externas, que não se rende a julgamentos alheios, que escuta sua própria voz acima de tudo. E eu estou pronta. Pronta para me redescobrir a cada instante, pronta para assumir minhas escolhas, meus erros, minhas vitórias. Porque recomeçar é, acima de tudo, um ato de coragem e amor-próprio.

Apagar tudo não foi apagar meu passado. Foi acender a minha luz novamente.

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